Sêo Dotô, Sêo Dotô!

Sêo Dotô, Sêo Dotô!
Zé Pelintra chegou.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

UMBANDA



A Umbanda é uma religião tipicamente brasileira.
Na verdade, pode-se dizer que ela não existe em
nenhuma outra parte do mundo. Além do
sincretismo clássico entre a herança religiosa
africana e o Catolicismo, a Umbanda absorveu
elementos do Espiritismo kardecista, de modo
que, no decorrer dos rituais, o fiel se comunica
com espíritos desencarnados.

O sincretismo entre orixás e santos católicos é
muito forte. Veja as principais correspondências:

Euá - Nossa Senhora das Neves.
Iansã - Santa Bárbara.
Ibejis - Cosme e Damião.
Iemanjá - Virgem Maria, principalmente Nossa
Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos
Navegantes.
Logum - São Miguel Arcanjo e Santo Expedito.
Nanã -Santa Ana, mãe de Maria.
Obá - Santa Catarina, Santa Joana D´Arc e Santa
Marta.
Obaluaiê - São Lázaro e São Roque.
Ogum- Santo Antonio e São Jorge.
Oxalá- Jesus.
Oxóssi - São Jorge e São Sebastião.
Oxum - Nossa Senhora das Candeias e Nossa
Senhora Aparecida.
Oxumaré- São Bartolomeu.
Xangô - São Francisco de Assis, São Jerônimo,
São João Batista e São Pedro.

As práticas existentes dentro dos terreiros de
Umbanda variam muito. Alguns demonstram uma
ligação mais forte com o Espiritismo, outros se
aproximam mais do Candomblé. Em comum, têm a
força dos rituais, denominados giras, em que os
filhos e filhas-de-santo entoam cânticos e
dançam ao som dos atabaques. As cerimônias
geralmente acontecem à noite e se estendem
madrugada adentro. Os espíritos que "descem"
incorporam-se nos fiéis que estão participando
da gira.
Aqueles que "recebem" os espíritos são chamados
de cavalos. Durante a incorporação, o "cavalo"
permanece inconsciente, e quem fala através dele
é seu "guia", ou seja, a entidade espiritual a
ele associada. Para auxiliar os cavalos, existem
os cambonos, que ocupam papel relevante na
hierarquia do terreiro. Mas a posição mais
elevada cabe à mãe ou ao pai-de-santo, que é a
pessoa responsável pelos trabalhos espirituais.
Nos terreiros umbandistas, o ponto focal é o
congá, altar profusamente enfeitado com flores,
velas acesas e colares de contas coloridas, que
simbolizam os diferentes santos e orixás. No
congá, imagens de Jesus, Nossa Senhora e santos
católicos dividem espaço com estatuetas de
pretos-velhos, caboclos, ciganos, marinheiros e
outras entidades espirituais.

A hierarquia do terreiro:

Babalorixás (Babalaô, quando homem, e Ialorixá,
quando mulher)- São os dirigentes.
Zeladores (jibonã e sidagã) - Auxiliam os
dirigentes.
Ogã e Sambas - Tocam os atabaques e observam a
disciplina.
Pais e Mães-Pequenas (Baba Mindim) - Assistentes
do dirigente. Em geral, ajudam no trabalho de
desenvolvimento da mediunidade dos filhos de fé.
Cambonos e coroados (feitos e / ou confirmados)
- Prestam assistência aos cavalos, durante a
gira.
Filhos de fé (aceitos) -São aqueles que se
preparam para entrar em desenvolvimento.
Filhos de fé (em observação) - Freqüentam os
trabalhos para o desenvolvimento de seus dons
mediúnicos.

As sete linhas da Umbanda

A Umbanda se divide em sete linhas, ou "bandas",
sendo que cada uma delas é consagrada a um
orixá. Cada uma dessas divindades, por sua vez,
comanda sete falanges.
Uma dessas falanges corresponde à vibração
original do orixá (por exemplo: linha de Ogum).
As outras seis falanges do orixá significam o
cruzamento da energia original do orixá com as
dos outros seis orixás (exemplo: a linha de Ogum
Beira-Mar é o cruzamento da linha de Ogum com a
de Iemanjá). Temos assim um total de 49 falanges.
Como o orixá nunca incorpora no ritual da
Umbanda, a função das entidades pertencentes às
falanges é justamente descer à Terra e executar
o trabalho ordenado pelo orixá. Elas são
portadoras da força da divindade.
Existe ainda uma outra subdivisão, que diz
respeito à faixa etária das entidades. Desse
modo, temos as crianças, os adultos e os velhos.
Por exemplo: podemos ter uma criança de Xangô,
um Caboclo de Oxóssi e um Preto Velho de Oxalá.
Os orixás que comandam as falanges são Iansã,
Iemanjá, Ogum, Oxalá, Oxóssi, Oxum e Xangô.
Veja mais sobre os orixás e as entidades que
integram as falanges da Umbanda:

Oxalá
Cor: Branca
Domínios: Todos os campos da natureza.
Oxóssi
Cor: Verde
Domínio: As matas.
Xangô
Cor: Marrom
Domínio: As pedras.
Ogum
Cor: Azul e Vermelho
Domínio: As estradas.
Iemanjá
Cores: Rosa e branco cristalino
Domínio: O mar e as águas em geral.
Oxum
Cor: Amarelo
Domínio: As águas doces.
Iansã
Cor: Vermelho
Domínios: Ventos e Tempestades.
Nanã
Cor: Lilás
Domínio: Lama.
Obaluaiê
Cores: Preto e branco
Domínio: As cavernas.
Oxumaré
Cor: Azul claro ou Amarelo e Preto
Domínio: As chuvas leves.
Tempo
Cor: Branco perolado
Domínio: As montanhas.
Exu
Cores: Preto e Vermelho
Domínio: Os descampados.
Pomba-gira
Cores: Preto e Vermelho
Domínio: Os descampados.
Exu-mirim
Cores: Preto e vermelho
Domínio: Os descampados.
Marinheiro
Cores: Azul e branco
Domínio: As emoções.
Boiadeiro
Cores: Marrom e Vermelho
Domínio: A força bruta.
Cigano
Cores: Todas do arco-íris
Domínio: A liberdade.
Baiano
Cores: Variadas
Domínios: A esperança e a coragem.
Caboclo
Cor: Verde
Domínio: A simplicidade.
Preto-Velho
Cor: Branco
Domínio: A sabedoria.
Criança
Cores: Variadas
Domínio: A pureza.
Observação: Essas correspondências, embora sejam
as mais difundidas, podem sofrer variações em
diferentes terreiros.

Oferendas

Quando as entidades que compõem as diferentes
falanges estão incorporadas, elas se prestam a
aconselhar seus consulentes e a realizar alguns
rituais. Nestas ocasiões, utilizam-se dos quatro
elementos básicos da Natureza - ou seja, Ar,
Terra, Fogo e Água.
É por isso que, muitas vezes, essas entidades
solicitam cigarros, bebidas, alimentos. Cada
item pedido corresponde a determinados elementos
naturais. Veja os exemplos:
Água e bebidas não-alcoólicas: Servem para a
cura, pois simbolizam a força, o remédio e o
poder gerador.
Bebidas alcoólicas: Pertencem ao elemento Fogo e
permitem transmutar as energias.
Cachimbo, charuto ou cigarro: Une o Fogo, a
Água, a Terra e o Ar, sintetizando, assim, os
elementos de todas as linhas.
Quimbanda, ou as "linhas de esquerda"
Nunca se deve confundir o orixá com as entidades
que integram sua Linha de Força.
A questão mais polêmica, sem sombra de dúvida,
cerca o orixá Exu. Ele é uma força da natureza,
imaterial e incorpóreo, como os demais orixás.
Dentro da Umbanda, a Hierarquia deste orixá
denomina-se Quimbanda, recebendo ainda os nomes
de Banda dos Exus e Falange dos Exus.
Na Umbanda, entende-se que este orixá e as
entidades que fazem parte de sua falange atuam
"à esquerda". Isso, porém, não significa que
sejam de agentes do Mal!
Simplesmente, o orixá Exu - que erroneamente tem
sido associado às forças diabólicas do ideário
cristão - é uma força complementar às Linhas da
Direita. Do mesmo modo que homem e mulher são
opostos-complementares, e que tudo no Universo
interage e se interpenetra, também as forças da
"Direita" e da "Esquerda" se unem e se completam.
As entidades que constituem a Quimbanda são
denominadas Exus, Pombas-giras e Exus-mirins.
Têm missão cármica definida e trabalham no
sentido de evoluir no plano espiritual,
exatamente como os integrantes de todas as
outras falanges.
Os Exus são responsáveis pelos trabalhos de
proteção, além de terem energia vitalizadora e
promoverem a desagregação de energias maléficas.
Existe ainda um outro papel, muito delicado, que
cabe aos integrantes desta hierarquia: é o de
liberar o consciente e o inconsciente do fiel
que estiver se preparando para desenvolver um
trabalho mais ativo no terreiro. As entidades de
Quimbanda podem trazer à tona os traumas e os
segredos reprimidos - conscientemente ou não -
pelo "filho de fé".
Sendo assim, pode acontecer de os "cavalos" que
estejam incorporando essas entidades de Esquerda
usarem linguajar torpe ou adotarem
comportamentos duvidosos. Nestes casos, deve-se
entender que aquele não é o procedimento da
entidade em si - na verdade, pode tratar-se de
uma "faxina" no inconsciente do próprio médium.
É bom ressaltar, porém, que a natureza complexa
da missão confiada aos espíritos da Quimbanda os
torna bem mais difíceis do que as demais
entidades. Sendo assim, é necessário ter muito
Conhecimento e, principalmente, Discernimento,
para lidar com essas forças.


 Axé


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