Sêo Dotô, Sêo Dotô!

Sêo Dotô, Sêo Dotô!
Zé Pelintra chegou.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A LITURGIA UMBANDISTA


A Liturgia Umbandista é muito variada, pois cada agrupamento (Terreiro) tem características próprias, adotando a Liturgia adequada ao seu tipo e ritmo de trabalhos.
Para conhecermos a Liturgia Umbandista, vamos dividi-la em três partes básicas, comuns à quase totalidade dos Terreiros (9):
a. A Gira
Um denominador comum entre todos os tipos de Liturgia adotados é a GIRA (10), denominação talvez adotada do costume, ainda em prática, de se dançar em volta do esteio central do terreiro *.
As Giras normalmente se dividem em:
1) Gira Festiva
A Gira Festiva caracteriza-se pela comemoração de datas dedicadas aos Orixás, às entidades menores ou, ainda, por ocasião de datas ligadas à vida civil do Terreiro.
Nesta Gira Festiva nota se a profusão de cânticos (Pontos) em louvor ao Orixá ou entidade homenageado e a distribuição de comidas aos presentes. Há alguns casos de distribuição de brinquedos, roupas e gêneros alimentícios.
2) Gira de Desenvolvimento
A Gira de Desenvolvimento é destinada ao treinamento dos adeptos ao uso acertado das suas faculdades mediúnicas, bem como das práticas ritualísticas do Terreiro.
Geralmente este tipo de Gira não conta com a participação de público assistente, sendo quase que secreta.
3) Gira de Caridade
A Gira de Caridade destina-se ao atendimento do público, caracterizando-se, geralmente, pela presença de Caboclos, Pretos-Velhos ou Exús, podendo o público conversar diretamente com a entidade da sua devoção ou preferência, contando-lhe os seus problemas, recebendo os seus conselhos e passes magnéticos, que são prática constante entre todas as Entidades da UMBANDA.
Na Gira de Caridade realizam-se também as Correntes (11), destinadas a desobsessão dos consulentes, nas quais os "obsessores" (12) são atraídos ao Terreiro e doutrinados pelas entidades presentes, que afastam sua influencia negativa sobre o consulente.
* N.A. - O esteio central dos Terreiros já e, praticamente, desaparecido, talvez devido aos novos métodos de construção. Em seu lugar encontramos um buraco no centro do Terreiro, vedado geralmente por uma placa de cimento, onde se enterra o "axé" (13) da casa.
b. As Obrigações
Ha tempos atrás o termo "obrigação" era usado para designar um conjunto de oferendas e preceitos a cumprir, característicos de cada Orixá.
Hoje em dia, qualquer oferenda que se faça é denominada "obrigação". Se alguém faz uma oferenda para um determinado Orixá, diz sempre:
__ Eu fiz uma "obrigação" para o Orixá X.
Em alguns Terreiros essas obrigações são coordenadas de tal maneira que, ao termino delas, o adepto é considerado Iniciado ou "Feito no Santo", pois cumpriu todas as "obrigações" para com os Orixás.
c. Batismo, Casamento e Cerimônia Fúnebre
Estas cerimônias diferem muito de Terreiro para Terreiro, pois cada dirigente adota critérios próprios para realizá-las.
Procuraremos dar uma idéia geral sobre o que acontece quase sempre, quando da realização destas cerimônias de Batismo, Casamento e Fúnebres.
1) O Batismo
O batismo umbandista tem duas modalidades:
- o batismo de crianças
No batismo de crianças segue-se um ritual semelhante ao da Igreja Católica, contando com a presença de Entidades Espirituais.
- o batismo do Iniciando
No batismo de Iniciandos, geralmente feito nas cachoeiras ou praias, estes são consagrados ao seu Orixá Pessoal ou regente. Este batismo é geralmente chamado de "lavagem de cabeça".
2) O Casamento
O Casamento Umbandista não obedece a nenhum ritual pré- estabelecido. Cada Terreiro tem o seu próprio ritual de casamento. Alguns costumam "cruzar" (14) os noivos com "amaci" (15) e "pemba" (16). Outros já fazem este cruzamento usando as "curas" (17), características dos Candomblés.
3) As Cerimônias Fúnebres ***
Uma prática ha muito tempo em desuso na Umbanda é a das Cerimônias Fúnebres. No seu processo de aculturação com outras Religiões a UMBANDA abandonou as práticas do AXEXE, cerimônia fúnebre de origem africana, onde os mortos são cultuados durante alguns dias. Este AXEXE ainda é executado em muitas Casas de Nação ou Candomblés.

Axé

Nenhum comentário:

Postar um comentário