Sêo Dotô, Sêo Dotô!

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Zé Pelintra chegou.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A JUREMA

 
 
 
Jurema é uma bebida feita com a raiz da árvore do mesmo nome. Os pajés, sacerdotes tupis, faziam uma bebida da jurema-branca, que dava sonhos afrodisíacos. Era bebida sagrada, servida em reuniões especiais. Das raízes e raspas dos galhos, os feiticeiros, babalorixás pernambucanos, os mestres do catimbó, os pais-de-terreiro dos candomblé de caboclo na Bahia fazem uso abundante. Até o século XIX beber jurema era sinônimo de feitiçaria ou prática de magia, pelo que muitos índios e caboclos foram presos acusados de praticarem o "adjunto da jurema".
Os rituais que incluem a ingestão da bebida preparada com a jurema ainda é praticado por remanescentes indígenas no Nordeste do Brasil, apesar do processo de integração à sociedade nacional e do histórico combate pela colonização católica, com os rigores da inquisição e da persegução policial como referido. Podem ser identificadas como etnias sobreviventes às Missões indígenas alguns grupos indígenas que ainda utilizam a Jurema em seus rituais: Kiriris, Tuxás, Pankararé no Nordeste; Tupinambás de Olivença – Sul da Bahia; Atikun, Fulniôs, Xucuru-kiriri em Pernambuco, Kariri-xocó de Alagoas e os Xocós de Sergipe. [1]

Farmacologia & crença

Para entender o efeito da jurema não basta analisar a composição molecular e comparar com as denominadas drogas alucinógenas é necessário situar-se no contexto de expectativas e formas de uso da substância ou seja os mitos ou crenças a seu respeito. Não há dúvidas porém por semelhança dos relatos de seu efeito a identificação deste com as descrições de possessão divina e êxtase religioso ou efeito psicodélico como sugere o nome enteógeno como são classificados.
Segundo Assunção [2] as entidades espirituais identificadas como pertencentes ao universo da "jurema" são caboclos, índios e mestres. Uma caracterização de entidades como "Mestre Carlos" e outros mestres, caboclos e índios como "Pena Branca", "Arranca Toco", "Sultão das matas" e da propria "Cabocla Jurema" são essenciais para compreender o direcionamento desse efeito. Nascimento escrevendo sobre os Kiriris refere-se aos "Encantados" e esboça uma classificação de seus rituais como: "Ouricuri", "Praiás" e "Torés". [3] Um avaliação dessa distinção bem como dos contextos sociais da umbanda e catimbós ou candomblés de caboclo também tem que ser considerada antes de tentar entender seu efeito como ação de alcalóides encontrados nos vegetais utilizados na sua composição tais como o DMT - Dimetiltriptamina ativado ou desativado por distintas combinações farmacológicas.
Por outro lado é também Assunção (o.c.) que pondera que, se um processo de simbolização progressiva que ocorre com a planta jurema e com as demais plantas medicinais substituindo o uso real ao ponto de não mais saber sequer reconhecer, no caso, a jurema verdadeira, como em alguns centros de umbanda, o que justifica a permanência do símbolo Jurema? Segundo ele, nesse processo a umbanda procura absorver o conteúdo simbólico/ sagrado existente na "jurema" e nos catimbós o saber sobre o mundo vegetal suas propriedades e o poder tradicional de cura.

Wikipédia.


Axé

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