Muito se fala nos milhares de terreiros de nosso Brasil afora sobre entidades sagradas, divindades para os irmãos Africanos, espíritos da natureza no Candomblé, emissários de Deus para os umbandistas: Os Orixás.
O que pouca gente sabe, ou se preocupa em saber, é a origem desta palavra abençoada, que vibra no coração de todo umbandista e reflete o objetivo de nossa busca espiritual.
Mais que isso!
Quem e o que é o Orixá? Qual a sua função no reino espiritual?
Para falarmos sobre os Orixás, vamos começar com a origem da palavra, literalmente...
No tempos primevos, quando a terra foi habitada pelos primeiros povos; nossos ancestrais, dos quais hoje muitos se apresentam no terreiro como Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos falavam a chamada “língua do homem”, ou Abanheenga.
Hoje, considerada uma língua morta, o Abanheenga é a pedra-fundamental para o significado de muitos termos sagrados da Umbanda.
É também a base para toda a chamada Lei de Pemba – Grafia Magística-Sagrada.
Porém, dizer apenas isto sobre o Abanheenga seria um desmérito imperdoável, posto que esta língua seja considerada por muitos (em especial por estudiosos umbandistas) como a mãe de todas as línguas, ou seja, a primeira falada no planeta.
Está provado por estudos lingüísticos que o Abanheenga é a raiz de pelo menos 4 ou 5 línguas, dentre as quais podemos citar o Nheengatu, o Tupy, Guarani, Tupy-Guarani, Dialetos Maias, Yorubá, Sânscrito e estudos comparativos que apontam semelhanças enormes com o Japonês Arcaico!
Disso podemos ver o quanto a raça vermelha (a primeira a habitar o planeta, na região do planalto central brasileiro) se espalhou pelo planeta ao longo do tempo, sendo que é fato comprovado que o Abanheenga é uma língua legitimamente brasileira, mas podemos ver que se espalhou toda América, chegou à África e alcançou o extremo Oriente (Japão, Índia, Tibet e Nepal).
Segundo o dicionário Tupi – Português:
avanheenga: awañene - língua de gente - a língua que as pessoas falam, ao contrário dos animais - a língua geral dos tupis-guaranis - abanheenga - abanheém.
Mas afinal, qual a relação disso com os Orixás?
Bem, falaremos agora sobre a origem desta palavra sagrada.
Orixá é um termo Yorubá derivado da palavra Arasha; que vem do Abanheenga e quer dizer Senhor da Luz.
Ara – Luz
Sha - Senhor
Luz nesse caso é algo espiritual, o que provê a “iluminação”.
Portanto, o Arasha é o Senhor da Luz, aquele que representa o mundo espiritual e a evolução que buscamos.
Com o êxodo dos nossos ancestrais da raça vermelha partindo do Brasil para todo o mundo e levando consigo a Antiga Tradição (e sua língua); as palavras também foram levadas para os quatro cantos e aos poucos novas línguas foram surgindo.
Como acontece com todo novo idioma, palavras de outras línguas são absorvidas e adaptadas, sem perder de todo, seu significado original. É o caso da palavra Xogum, que designava os antigos guerreiros samurais do Japão, em relação à Ogum, nome do Orixá que está relacionado às batalhas interiores, nossas demandas pessoais.
Vale observar também a palavra Xingu, que derivou para Xangô com o passar do tempo...
Está surpreso com a semelhança das palavras? Pois então veja que aqui mesmo em nosso Brasil temos algo semelhante. É o caso da palavra do Nheengatu, Araxá, que é derivada de Arasha.
Araxá é uma herança tão forte dos índios que habitaram o país, que temos até uma cidade com este nome, localizada ao oeste do estado de Minas Gerais.
Poderíamos escrever mais algumas linhas versando sobre estas magníficas semelhanças que encontramos dentre as mais diversas línguas antigas, mas vamos nos ater a uma em especial, objeto do nosso estudo: Orixá.
Encontramos nesta palavra, uma das heranças fonéticas mais antigas e importantes deixadas pela Raça Vermelha.
Quando falamos em Orixá, nos referimos à mesma classe de espíritos que os nossos ancestrais quando falavam em Arasha, mas o significado literal é diferente.
Ori – Cabeça / Coroa
Sha – Senhor
Senhor da Cabeça
Cabeça, neste caso refere-se ao centro do pensamento, ao chakra coronário, principal canal da espiritualidade em nosso organismo.
Assim, chegamos finalmente no ponto central de nosso estudo.
Quem é o Orixá?
Segundo a enciclopédia eletrônica Wikipedia (www.wikipedia.org), Na mitologia Yorubá, Olorun é o Deus supremo do povo, que criou as divindades chamadas Orixá para representar todos os seus domínios aqui na terra, bem como os sitios da natureza (rios, cachoreiras, matas...). Na África há um Orixá até para representar o tempo (Iroko ou Loko).
No caso da Umbanda, seguimos o conceito de que o Orixá é um espirito extremamente evoluído e sábio, que por misericórdia guia milhões de outros espiritos rumo à evolução, ordenando as hierarquias de espiritos militantes que vemos em nossos terreiros (Caboclos, Pretos-Velhos...).
Orixá é o ser espiritual mais evoluído que há abaixo do próprio Deus, dentro do que nosso entendimento temporal consegue alcançar, pode ser considerado o verdadeiro mensageiro da Divindade. O Orixá está para o umbandista assim como os arcanjos para os católicos ou os Bodhisattvas para o budista
Vale ressaltar, porém, que não adoramos os Orixás, pois eles não são deuses nem divindades. São espíritos evoluídos que ajudam na tarefa divina de fazer a ponte entre Deus e todos os espíritos (não apenas o homem encarnado).
Cada planeta ou astro é regido por um Orixá, pois em níveis mais ou menos sutis, todo planeta é de certa forma habitado por espíritos em busca de evolução. E assim, tem o seu tutor regente que comanda as hierarquias espirituais e principalmente emana sua intensa e poderosíssima vibração de amor e sabedoria para seus irmãos planetários.
Dentro desta hierarquia cósmica temos 7 Orixás. Quais sejam:
Oxalá, Yemanjá, Yori, Xangô, Ogum, Oxossi e Yorimá.
Afirmando isto, é cabível a dúvida sobre os tantos planetas que temos no cosmo em relação a apenas 7 espíritos.
Assim como dentre os espíritos militantes da Umbanda (Crianças, Caboclos, Pais-Velhos e Exus) temos 7 graus hierárquicos divididos em 3 planos de espirituais, os Orixás também se dividem em 7 graus elevadíssimos que estão muito além do alcance do nosso entendimento quanto a seu estágio evolutivo e modo de existência.
Falando em graus espirituais, seria até pouco necessário dizer que a hierarquia no astral é infinitamente diferente das hierarquias que seguimos em nossa vida pessoal e principalmente profissional.
As entidades astralizadas, assim como os Orixás são espíritos de amor e bondade infinitos que praticam e vivificam a verdadeira igualdade e fraternidade.
Mas então, para que hierarquia?
Por um simples motivo: Organização! Mesmo no reino espiritual é necessário que as atividades sejam divididas e que haja coordenação e cooperação. Cada um tem sua função especifica sem maior ou menor importância que as outras.
Todos cumprem com suas tarefas com amor e dedicação, desde a mais regional até a mais universalizada, conspirando a favor do crescimento coletivo e conforme seu estágio evolutivo com imenso amor.
O irmão já deve ter percebido então que no reino espiritual então temos mais de um Xangô, mais de um Ogum...
Sim! Há sete Oxalás, sete Yemanjás, sete Yoris, enfim, sete de cada Orixá divididos do 1º ao 7º grau na hierarquia superior, desde o Cosmo Espiritual (Reino Virginal) até o Universo Natural, chegando ao nosso plano de existência.
Descrevemos abaixo os 7 graus dos Orixás e suas funções na hierarquia espiritual.
Hierarquia no Cosmo Espiritual – Reino Virginal
Orixá Virginal
São os 7 Espiritos que formam o Colegiado ou a Coroa Divina.
Deflagram suas Vibrações Espirituais
Orixá Causal
São os 7 Espiritos e Hierarquia que são Senhores do Karma Causal.
Deflagram suas Vibrações Espirituais
Orixá Refletor
São os 7 Espiritos e Hierarquia que são Senhores da Luz Espiritual, coordenadora da energia-massa.
Deflagram suas Vibrações Espirituais
Orixá Original
São os 7 Espiritos e Hierarquia que são Senhores Reguladores do Karma Constituído. Deflagram suas Vibrações Espirituais
Orixá Supervisor
São os 7 Espiritos e Hierarquia que são Senhores de todo o Sistema Galático (galáxias). Deflagram suas Vibrações Espirituais
Orixá Intermediário
São os 7 Espiritos e Hierarquia que são Senhores de todo o Sistema Solar (Verbo Solar). Deflagram suas Vibrações Espirituais
Orixá Ancestral
São os 7 Espiritos e Hierarquia que são Senhores de todo o Sistema Planetário (planetas). Deflagram suas Vibrações Espirituais
1º Plano - ORIXÁ MENOR=SENHOR DA LUZ
7º grau - Chefes de Legião ....... 7
6º grau - Chefes de Falange ....... 49
5º grau - Chefes de Sub-Falange ....... 343
Total:399
2º Plano - GUIAS=REFLETORES DA LUZ
4º grau - Chefes de grupamento ....... 2.401
Total: 2.401
3º Plano - PROTETORES=EXECUTORES DA LUZ
3º grau - Protetor Superior ....... 16.807
2º grau - Protetor Chefe ....... 117.649
1º grau - Protetor Integrante ....... 823.543
Total:957.999
Somando-se os totais: 399 + 2.401 + 957.999 = 960.799
Esse número se expressa nas demais Vibrações Espirituais e seu número aumenta em múltiplo de 7 ao adentrarmos os sub-planos do 3º plano.
Está claro que ao invocar um Orixá, estamos nos referindo àquele que se encontra no plano mais próximo ao nosso plano, ou seja, o Orixá Ancestral, que rege o sistema planetário em que habitamos.
Por fim concluímos estes escritos dizendo que orar ao Orixá, é orar a Deus Pai, pois por meio destes luminares a Divindade Suprema faz valer suas hierarquias, provando a Onipotência e Onisciência Cósmicas, estendendo sua graça e bondade a todos os filhos que estão no caminho da evolução.
Orixá é Pai de Cabeça, é o Senhor da Luz que emana suas vibrações no momento do nosso nascimento e nos acompanha por toda nossa vida terrena sempre no afã incrementar nossa evolução e no pós-vida em outro plano da existência é Ele, o Orixá quem continua nos regendo, estendo sua sabedoria por meio de seus emissários Criança, Caboclo, Pai-Velho e Exu.
Salve os 7 Orixás!
Baba Mi Ori Baba Oxalá!
Odofiaba Yemanjá!
Omo Orum Yori!
Kawo Kabecilie Baba Xangô!
Patacori Ogum Yê!
Okiarô Oxossi!
Atoto Ajuberô Yorimá!
Laroyê Exu Mojiba!
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