Sêo Dotô, Sêo Dotô!

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Zé Pelintra chegou.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011



EGUNEGUN
EGUN NÃO É ORIXÁ, PORTANTO NÃO DEVE SER COLOCADO NA CABEÇA DE NINGUÉM.



A morte não é o ponto final da vida para o candomblé, pois acreditamos na reencarnação, ou seja, a pessoa renasce no mesmo seio familiar ao qual pertencia, ela revive em um dos seus descendentes.
Claro que essa é uma teoria a ser discutida, pois não vejo pessoalmente a necessidade e até entendo com impossível a pessoa renascer sempre no seio familiar.
Seria, poderia dizer um experdício, pois deixaria de organizar em outros grupos, resgatar e receber seus dividendos em outras esferas.
Mas não vamos nos deter nessa situação e vamos a situação Egun.


A reencarnação acontece para ambos os sexos e sempre considerando que espírito não tem sexo.
O que determina a opção sexual de uma pessoa é justamente a verdadeira identidade dela, ou seja, a necessidade energética do espírito, pois recebe e interage com a memória da alma. 
Além da Sociedade Geledê, pertencente ao sexo feminino, existe também na Nigéria a Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto coletivo dos mortos masculinos quando não individualizados.



Oro é uma divindade tal qual Iami Oxorongá, sendo considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por homens.
Tanto Iami quanto Oro são manifestações de culto aos mortos, mas coletiva separando apenas as energias positivas e negativas.
São invisíveis e representam a coletividade. 
Outra forma, e mais importante de culto aos ancestrais masculinos é elaborada pela sociedade egungun.
O termo Egun ou Egum é uma palavra da língua yoruba usada no candomblé que significa alma ou espírito de qualquer pessoa falecida iniciada ou não.


Portanto EGUN é todo aquele que deixa a roupagem física mesmo que não seja iniciado, mesmo que pertença a qualquer religião ou a nenhuma.
Não importa, pois todos são duais,corpo físico e espírito.
Diferente da palavra EGUNGUN que são considerados espíritos de homens importantes iniciados nas Religiões tradicionais africanas, no Culto aos Egungun e no Candomblé que são cultuados após a morte chamados de Baba (pai) Egum (espírito).
Ao modo de ver não apenas os iniciados no candoblé podem receber esse status, mas todo aquele que através das evolução, conhecimento e moral adquiriu a chave da porta da eternidade.
O termo Egum é muito abrangente, pode ser desde um espírito considerado de luz, de um parente, como um espírito desorientado obsessor que precisa ser afastado.

O axexê para EGUNGUN têm como finalidade celebrar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua individualidade.
Esse mortos surgem de forma visível, mas camuflada, a verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte, denominada Egum ou Egungum.
Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens possuem ou mantém a individualidade às mulheres é negado este privilégio, assim como o de participar diretamente do culto. 
Esses Eguns são cultuados de forma adequada e específica por sua sociedade, em locais e templos com sacerdotes diferentes dos orixás.
O Egum é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. Ele nasce através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos Ojé munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixã, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a morte se torne vida, e o Egungum ancestral individualizado está de novo vivo. 
A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos orixás, em que o transe acontece durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados.


O Egungum simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito.
Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente, característica de Egum, chamada de séègí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom.

Pai Jorge.

Axé

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