Tenho percebido em vários terreiros (que visito) que a grande maioria das pessoas desconhece o significado de algumas saudações, de certos gestuais, de certos fundamentos...
Por exemplo: Porque em algumas situações tocamos o solo do terreiro com os dedos? Porque tocamos também o solo com nossa fronte? Porque saudamos o atabaque (geralmente) tocando o chão à sua frente? O que significa Okê Arô, Atotô... ? Porque giramos em torno de nós mesmos antes de "bater cabeça"?
Esses são apenas alguns exemplos de comportamento ritual que vejo as pessoas terem sem saber o significado... Vamos utilizar esse tópico para aclarar essas questões?
Por exemplo: Porque em algumas situações tocamos o solo do terreiro com os dedos? Porque tocamos também o solo com nossa fronte? Porque saudamos o atabaque (geralmente) tocando o chão à sua frente? O que significa Okê Arô, Atotô... ? Porque giramos em torno de nós mesmos antes de "bater cabeça"?
Esses são apenas alguns exemplos de comportamento ritual que vejo as pessoas terem sem saber o significado... Vamos utilizar esse tópico para aclarar essas questões?
*Na minha casa quando tocamos o solo seja na frente do atabaque ou quando entramos no congá seja o que for cruzamos o solo fazendo o "sinal da cruz" no chão. Mas na verdade com este gesto, estamos saudando o alto, o embaixo a direita e a esquerda.
*"- O toque no chão com as pontas dos dedos, independente se ao entrar no Terreiro ou na frente dos atabaques, tem a finalidade de saudar o “chão”, de onde vem e onde está firmada a força do(os) Orixá(s) regentes da Casa, pedindo licença e permissão (antes de entrar) e dos Atabaques (frente a estes) pedindo seu auxílio em nossos trabalhos;"
Destaco uma parte que acho fundamental: "o “chão”, de onde vem e onde está firmada a força do(os) Orixá(s) regentes da Casa ..."
Destaco uma parte que acho fundamental: "o “chão”, de onde vem e onde está firmada a força do(os) Orixá(s) regentes da Casa ..."
Tocar o chão.
Acreditavam os nagô que existiam nove espaços (planos) no além. Entre os quatro superiores e os quatro inferiores, havia um plano intermediário que se localizava (exatamente) no espaço ocupado por nosso planeta; esse seria o plano astral terrestre. Era através desse espaço que chegavam à Terra os orixás e ancestrais vindos dos vários outros planos.
Surgiam, pois, para os nagô, os orixás e ancestrais de dentro da Terra. Assim, quando desejam chamar os orixás, os nagôs tocavam três vezes os solo (após o nome do orixá ser pronunciado).
O solo diante dos tambores também era tocado (antes ou depois de tocarem com os dedos o próprio atabaque), afinal, quem chamava (através do som) os orixás eram os tambores.
O solo era sempre tocado três vezes; o três representa na cultura nagô ação, movimento, expansão ... Tocar o solo três vezes era o gestual que significava o "assim seja", o cumpra-se ... Então quando, por exemplo, o nome de Ogum pronunciado, todos tocavam três vezes o solo; "assim seja", "que Ogum venha até nós"...
No Brasil, os africanos, para consagrar o solo, para transformar o terreiro em uma pequena África, enterravam relíquias trazidas (da África) ... tranformando (ritualmente) o solo brasileiro em solo africano ("chão" dos seus orixás).
Hoje, convém lembrar, outros significados foram agregados a esses costumes.
Acreditavam os nagô que existiam nove espaços (planos) no além. Entre os quatro superiores e os quatro inferiores, havia um plano intermediário que se localizava (exatamente) no espaço ocupado por nosso planeta; esse seria o plano astral terrestre. Era através desse espaço que chegavam à Terra os orixás e ancestrais vindos dos vários outros planos.
Surgiam, pois, para os nagô, os orixás e ancestrais de dentro da Terra. Assim, quando desejam chamar os orixás, os nagôs tocavam três vezes os solo (após o nome do orixá ser pronunciado).
O solo diante dos tambores também era tocado (antes ou depois de tocarem com os dedos o próprio atabaque), afinal, quem chamava (através do som) os orixás eram os tambores.
O solo era sempre tocado três vezes; o três representa na cultura nagô ação, movimento, expansão ... Tocar o solo três vezes era o gestual que significava o "assim seja", o cumpra-se ... Então quando, por exemplo, o nome de Ogum pronunciado, todos tocavam três vezes o solo; "assim seja", "que Ogum venha até nós"...
No Brasil, os africanos, para consagrar o solo, para transformar o terreiro em uma pequena África, enterravam relíquias trazidas (da África) ... tranformando (ritualmente) o solo brasileiro em solo africano ("chão" dos seus orixás).
Hoje, convém lembrar, outros significados foram agregados a esses costumes.
Existe um mito que diz que Ogum, após ter se arrependido de um ato de maldade com relação as pessoas do seu reino, ele fincou sua espada no chão (terra) e desapareceu por dentro dela, assim tornando-se Orixá.
Provavelmente, existem outros mitos que expressam a identificação dos Orixás em relação ao solo (chão).
Provavelmente, existem outros mitos que expressam a identificação dos Orixás em relação ao solo (chão).
Assim como os orixás, de acordo com os mitos, surgiam do solo, por ele retornavam aos outros planos do além (oruns).
Tocar o chão outra visão
Tocar o chão outra visão
Tocar o chão três vezes também tem um significado de saudar pretos-velhos, criança e caboclo (se não me engano orientação do Pai Zélio de mOraes) Com o dedo indicador bate-se três vezes no chão, ou seja simbolismo do triângulo, pedindo licença a estas entidades para trabalhar.
Para nossa casa também aprendemos que primeiro se bate três vezes o dedo médio no chão (no altar, nos atabaques e no ponto de força central {Ixê}) e depois três toques com o mesmo dedo na cabeça (fronte, em cima da orelha e na nuca) significando que vc está se entregando de corpo, mente e alma, para a Umbanda, simbolizada em caboclos, pretos e crianças. A explicação do Jorge sobre Ori, tem tudo a ver com o que significa para nossa casa este gesto, que graças a ele entendi melhor.
***Existe na Umbanda, uma saudação a todos os Orixás que consite em deitar de bruços e tocar com a cabeça no chão. Essa saudação chama-se Dobalé.
No Candomblé há uma distinção em relação a essa saudação, quando orixá masculino saudamos com Dobalé, quando orixá feminino saudamos com Iká que é meio complicado de explicar como é feito.
Com relação a Exú não conheço nenhum tipo de saudação específica, sei que nos "candomblés" se faz o Padê que é uma obrigação a Exú realizada antes de qualquer cerimônia, e que seu "toque", cântigo ritual é o Exó.
No Candomblé há uma distinção em relação a essa saudação, quando orixá masculino saudamos com Dobalé, quando orixá feminino saudamos com Iká que é meio complicado de explicar como é feito.
Com relação a Exú não conheço nenhum tipo de saudação específica, sei que nos "candomblés" se faz o Padê que é uma obrigação a Exú realizada antes de qualquer cerimônia, e que seu "toque", cântigo ritual é o Exó.
Creio que o toque nos ombros (direito e esquerdo) decorra de uma estrutura polar na cultura religiosa nagô:
Masculino/Feminino, Positivo/Negativo, Direita/Esquerda ...
Em muitos mitos nagô os orixás e ancestrais masculinos sempre aparecem relacionados ao lado direito e os femininos ao lado esquerdo .Acredito por essa razão se toque o lado direito e esquerdo ...
Em tempo: além de orixás e ancestrais, certas energias se relacionam com o lado direito e outras com o esquerdo ...
Naomi Ozaniec
Axé
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