Sêo Dotô, Sêo Dotô!

Sêo Dotô, Sêo Dotô!
Zé Pelintra chegou.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Salve Jorge...!!! Ògún ieé meu Pai...!!!

No dia 23 de abril, devotos do mundo inteiro comemoram o dia de São Jorge. Padroeiro de Portugal, da In­glaterra e da Catalunha, São Jorge também é protetor dos soldados, militares, ferramenteiros e ferroviários.
A devoção e o conhecimento a São Jorge cresceram no Brasil pelos escravos, que, proibidos de adorar seus ído­los "pagãos", passaram então a fazer seus pedidos, cul­tos e rituais fora das igrejas, associando a imagem de São Jorge, trazido pelo Catolicismo português, aos orixás guerreiros do culto-afro. Por esse motivo é que São Jorge guer­reiro possui diversas representações nas religiões afro-brasileiras; na Bahia é associado ao orixá Oxóssi, e no Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados do norte e nordeste ao orixá Ogum.
Filho de pais cristãos, Jorge nasceu na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia. Mudou-se para a Palestina, com sua mãe, logo após a morte de seu pai.
Entrou para o exército romano, se tornando capi­tão, e, por sua dedicação e habilidade, o imperador lhe conferiu o título de conde.
Com 23 anos de idade passou a residir na corte im­perial de Roma, exercendo altas funções.
Recebeu o honroso título de 'Grande Mártir', no Ori­ente, onde era venerado des­de o século IV.
O guerreiro, originário da Capadócia, converteu-se ao Cristianismo exercendo a função de capitão do Im­pério Romano, ao tempo em que o imperador Dio­cleciano tinha planos de matar os cristãos.
Fiel a Jesus Cristo, Jorge demonstrou-se espantado com aquela decisão e afir­mou que era servo do reden­tor Jesus Cristo e que nele estava a 'verdade'.
Mantendo-se fiel a Jesus, o imperador tentou fazê-lo desistir de vários modos, e, não tendo êxito em suas ten­tativas, mandou degolar o jovem cristão no dia 23 de abril de 303.
Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lídia (antiga Despoles), onde foi sepultado e onde o imperador cristão, Constantino, mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis.
Seu culto se espalhou imediatamente por todo o oriente.
Venerado desde o sécu­lo IV, sua popularidade e fi­éis foram crescendo que, chegando no século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla, dedicadas a ele.
No Egito foram mais quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir.
Na Itália era padroeiro da cidade de Gênova, e, no Oci­dente, na idade média, as cru­zadas colocaram São Jorge à frente de suas milícias, como patrono da Cavalaria.
Durante a primeira guer­ra mundial (1914-1918), muitas medalhas de São Jor­ge foram cunhadas e ofere­cidas aos enfermeiros, mili­tares e as irmãs de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos da guerra.
As artes também divulga­ram, amplamente, a imagem do santo. Em Paris, no mu­seu do Louvre, há um qua­dro famoso de Rafael (1483-1520), intitulado “São Jorge vencedor do Dragão”.
Na Itália existem diversos quadros célebres como o de autoria de Donatello (1386-1466).
"A imagem atual é fruto de uma lenda e isso não quer dizer, no entanto, que ele não existiu e que o martírio dele não foi significativo"-, diz o monsenhor Arnaldo Beltrani, vigário episcopal de comuni­cação da Arquidiocese de São Paulo.
Há uma grande varieda­de de histórias relacionadas a São Jorge.
O relato e a imagem, por todos conhecidos, do cavalei­ro que luta contra o dragão, começaram a ser difundidos na Idade Média e são muito usados para provar que o santo não teria passado de um mito.
A versão mais corrente dá conta de que um horrível dragão saía de vez em quan­do das profundezas de um lago e atirava fogo contra os muros de uma longínqua cidade do Oriente, trazendo morte com seu mortífero hálito. Para não destruir toda a cidade, o dragão exi­gia, regularmente, que lhe en­tregassem jovens mulheres para serem devoradas.
Um dia coube à filha do rei ser oferecida, em comida, ao monstro e o rei, que nada poderia fazer para evitar o destino horrível de sua filha, acompanhou-a com lágri­mas até as margens do lago, quando de repente apareceu um soldado montado em um cavalo branco e, destemida­mente, enfrentou as labare­das que saíam da boca do dragão e as venenosas nu­vens de fumaça de enxofre que eram expelidas pelas na­rinas daquele monstro. Com sua espada de ouro e sua lança de aço, São Jorge ven­ceu o terrível dragão.
O grande guerreiro assegurou ao povo que tinha vindo em nome de Cristo para vencer o dragão e que eles deviam converter-se e serem batizados.
A relação entre o santo e a Lua viria de uma lenda antiga que acabou virando crença para muitos.
Diz a tradição que as manchas, apresentadas pela Lua, representam o mila­groso Santo e sua espada para defender aqueles que buscam sua ajuda.
Embora muitos não acre­ditem em suas histórias e outros acreditem que o san­to tenha sido cassado pela Igreja Católica, o martírio de São Jorge e o seu culto con­tinuam sendo reconhecidos pelo Catolicismo.
O dia de São Jorge tornou-se opcional com a reforma do calendário litúrgico, rea­lizado pelo papa Paulo VI, em maio de 1969.
São Jorge tem forte representação na Umbanda e no Candomblé
No Candomblé e na Umbanda, ele é o desbravador de todos os caminhos e senhor do ferro e do aço. Protege os agricultores, os soldados, os artesãos e seus filhos e a todas as pessoas que pedem a sua ajuda nas lutas, na justiça ou até mesmo por melhores condições de vida. Orixá do elemento terra, Ogum é pleno de energia e empreendedor e suas decisões são rápidas, ama a liberdade, mas é a sua falta de paci­ência que faz com que, às vezes, se torne rude, embora não deixe de ter calor humano.
Filho do orixás Yemanjá e Oxalá, governa e rege sobre as guerras, batalhas, dificuldades, demandas, disputas e desentendimentos.
SUAS REGÊNCIAS
Nome
Ogum
Origem
Nigéria
Elemento
Terra
Suporte
Ferro
Domínio
Caminhos e progresso
Cores
Azul escuro e verde no Candomblé e vermelho na Umbanda
Saudação
Ogunhê
Oferendas
Feijão preto, inhame e cerveja branca
Flor
Cravo branco
Frutas
Manga espada e goiaba
Minério
Ferro
Pedras
Topázio azul e lápis-lazúli
Números
2, 7, 14 e 21
Dia da semana
Terça-feira
Meses do ano
Abril e junho
Sincretismo
São Jorge e Santo Antô­nio
Lua
Nova
Folhas
Mariwô: folha de palmeira; peregum: nativo; Odun-dun: folha da costa (saião)
QUALIDADES NO CANDOMBLÉ
Ogum Onirê
Ogum Já
Ogum Megê
Ogum Onibòde
Ogum Biim
Ogum Wari
etc.
QUALIDADES NA UMBANDA
Ogum Beira-mar
Ogum Sete Ondas
Ogum Megê
Ogum Yara
Ogum Rompe Mato
Ogum Dile
etc.
CANTIGAS NO CANDOMBLÉ
Euá xirê ogun ô
Erô jô Jô
Euá xirê ogun ô
Erô jô Jô
Eru jê jê
Ê ogún ajo
Ê mariô
Acorê ajo
Ê mariô
Uuà lê pá
Lê panan
Ogun ajo
Ê mariô E atum nhé nhé
CANTIGAS NA UMBANDA
Eu tenho sete espadas pra me defender
Eu tenho sete espadas pra me defender
Eu tenho Ogum em minha companhia
Ogum é meu pai
Ogum é meu guia
Ogum vai baixar
Na fé de Zambi
E da Virgem Maria
Se a sua espada brilha no raiar do dia
Seu Beira-mar é filho da Virgem Maria
Seu Beira-Mar, beiran­do areia,
Seu Beira-Mar é filho da mamãe sereia
Banho na energia de Ogum para abrir caminhos
7 espadas de São Jor­ge
7 lanças de São Jorge
7 folhas de saião
Ferva todas as ervas, por aproximadamente 5 minutos, em dois li­tros de água. Banhe-se do pescoço para baixo em um terça-feira de Lua Nova.
Comida de Ogum
1 inhame
azeite de dendê
1 alguidar pequeno
Asse o inhame inteiro, abra-o ao meio em comprimento, coloque-o         no alguidar e regue com dendê as duas partes; ofereça a Ogum em uma estrada junto de sete moedas correntes.
Ebó do Ogum
1 alguidar de barro
2 acaçás brancos
2 ovos
2 moedas correntes
2 pãezinhos franceses
1 punhado de canjica branca cozida
Passar no corpo na seqüência acima, coloque tudo no alguidar, e leve a um morro bem alto e ofereça a Ogum Onirê. Acenda duas velas brancas ao lado do Ebó.

Pai Nené dÓgum
Fonte: Revista Orixás, Candomblé e Umbanda – Ano I – N° 03

Axé

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