Sêo Dotô, Sêo Dotô!

Sêo Dotô, Sêo Dotô!
Zé Pelintra chegou.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Salve os Pretos-Velhos !




Firma ponto minha gente

Preto velho vai chegar

Ele vem de Aruanda

Ele vem pra trabalhar

Saravá o Preto Velho

Saravá, saravá, saravá, Ele chegou no terreiro

Ele vem nos ajudar

***

O dia 13 de maio é o dia dos Pretos Velhos. Mesmo dia da abolição da escravidão dos negros, talvez por isso se comemore nesse dia.

Os Pretos Velhos, entidades trabalhadoras do astral. Não necessariamente na Umbanda, mas em todas as dimensões da vida sem bandeira definida. Geralmente se manifestam nas sessões de Umbanda, por isso são ditas entidades dessa religião. Mas como todo irmão da Luz, essas entidades trabalham para todo aquele que solicitar sua ajuda, idependente da religião ou credo.

Eles se manifestam como os antigos escravos, curvados, humildes no trabalho que realizam, mesmo sendo entidades tão evoluidas. Têm uma grande iniciativa para ajudar todos que precisam de auxilio com imenso prazer e amor fraternal. Sua vibração sutil e intensa nos passa grande sensação de conforto e proteção. Na Umbanda representam a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.

Seus trabalhos variam das mais diversas formas. Trabalham tanto na Luz quanto nas sombras. Por seres entidades muito antigas possuem grande conhecimento e realizam trabalhos dos mais difíceis, por isso estão em constante contato com trabalhos de demanda. Não para fazer o mal, mas sim para detê-lo. São conhecedores da medicina natural nos curando com seus galhinhos de arruda, seus copinhos de água com mel, suas guias, etc. Nos ajudam através de suas mirongas, desmanchando demandas, afastando de nós aqueles que querem nosso mal, cantado seus pontos, fumando seu pito, batendo com o pé no chão. Nos oferecem seus deliciosos doces, pé-de-moleque, rapadura, merengue, cocada, para nosso corpo astral receber esses doces fluidificados com suas vibrações.

Esses são os queridos Pretos Velhos, anciões do astral, nossos protetores.

Não se esqueça deles, faça sua oraçãoacenda uma vela e peça para que eles levem essa luz para aqueles que precisam.

***

Quem é aquele velhinho
Que vem no caminho
Andando devagar
Com seu cachimbo na boca
Pitando a fumaça e jogando pro ar
Ele é do cativeiro
Ele é Preto Velho
Ele é mirongueiro

***


AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO

Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto-velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque contei-as... Foram sete.

Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei. Fala, meu preto-velho, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor?

E ele, suavemente respondeu: Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.

A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...

A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que seus próprios merecimentos negam.

A terceira, distribui aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.

A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.

A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na UMBANDA, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.

A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.

A sétima, filho notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos Médiuns vaidosos, que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas.

Esquecem que existem tantos irmãos precisando de amparo material e espiritual.

Assim, filho meu, foi para esses todos, que viste cair, uma a uma

AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO.


Autor DesconhecidoDo livro: Umbanda de Todos Nós
W.W.da Matta e Silva (Mestre Yapacany)

***

Rei Congo vem descendo o morro
O morro de Santa Fé
Trazendo as suas guias
Trazendo o seu guiné
Pra salvar filhos de fé

Axé

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