Sêo Dotô, Sêo Dotô!

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Zé Pelintra chegou.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Efun e waji.


Primeiramente, gostaria de citar que existem diferenças entre efun e pemba, osùn e urucum, wàji e anil, estes primeiros facilmente importados do continente Africano, não havendo a necessidade de substituí-los.

Efun é um nome jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afro brasileiro. É muito mais conhecido pelos leigos e na Umbanda como pemba, nomeclatura utilizada pela nação angola.

No Afro-brasileiro utilizamos somente três pinturas durante a cerimônia do EFUN AGBÉ: efun - (um tipo de argila branca), osùn – um tipo de pó vermelho, obtido da árvore Baphia nitida e Peterocarpus osun ambas Leguminosae Papilionoideae e o wáji – um tipo de pó azul, obtido da árvore Indigofera sp. Leguminosae Papilionoideae.

Cada uma destas cores estão relacionadas com determinados Odus e existem vários significados para as pinturas, poderei citar as três principais a saber: As três representam as três passagens do dia, o amanhecer (efun) o crepusculo (osùn) e o anoitecer (wàji). Essas pinturas também representam uma forma de proteção contra as forças maléficas das três principais Iyami Àjé (as feiticeiras) impedindo-as que pousem sobre as pessoas e uma das principais caracteristicas destas pinturas, tem como objetivo vincular todo o àse transmitido ao noviço durante os ritos da iniciação.

O wáji é um elemento muito importante no culto aos Orixás, uma vez que, junto com outros elementos, ajuda a proteger a cabeça dos nossos iyawos contra as Ajé. Segunda a crença africana essas pinturas impediriam que eleyé (ave ligada as Iyami) pousasse no ori das neoiniciadas, pois caso isso ocorresse seria um desastre para vida dessa pessoa.

O wáji representa a cor dundun (preta), o sangue azul que vem das folhas. Existem diversas espécies que podem ser utilizadas para a produção de corantes azuis como a Isatis tinctoria , Indigofera tinctoria e o Lonchucarpus cyanescens. Segundo alguns relatos, as duas primeiras não seriam utilizadas para a produção do wáji tradicional, sendo apenas usadas para a confecção do anil (usado para tingir jeans, por exemplo). O verdadeiro wáji seria, portanto, retirado do processo de fermentação das folhas do Lonchucarpus sp. que é conhecido pelo nome de índigo africano ou índigo Yorubá.

O processo de fabricação desse corante era complexo e exigia grande perícia, sendo cercado de prescrições e proibições rituais. Era tão importante que os tinteiros Yorubás cultuavam até uma divindade específica para essa finalidade, Iyá Mapo. O pano tingido de índigo significava riqueza, abundância e fertilidade.



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2 comentários:

  1. Por mais forte que se tornem os galhos, quem sustenta o tronco é a raiz...no que está plantando, pode se acrescentar, melhorar, fortalecer, mas, não se tira da terra uma raiz plantada para se colocar outra, ainda mais através de manipulação do babalorixá ostentação, que se diz o " certo ", porém, só anda " torto "
    Axé, antes de tudo é fidelidade e dedicação !!

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  2. Por mais forte que se tornem os galhos, quem sustenta o tronco é a raiz...no que está plantando, pode se acrescentar, melhorar, fortalecer, mas, não se tira da terra uma raiz plantada para se colocar outra, ainda mais através de manipulação do babalorixá ostentação, que se diz o " certo ", porém, só anda " torto "
    Axé, antes de tudo é fidelidade e dedicação !!

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