
O Olubajé é uma cerimônia feita obrigatoriamente todo ano nas casas de Obaluaye ou outras que tenham um Omulu ou Obaluaye feito com menos de sete anos
Olubajé É Um Ritual Para Obaluaiê E Somente É Feito Em Casas De Candomblé e por Lei em casa onde tenha feito um Yawo de Obaluae há menos de sete anos ou o proprio Zelador ou Zeladora seja deste Orixá.
Olubajé É Uma Palavra Iorubana E Que Significa Olú : Aquele Que ; Ba : Aceita ; Je : Comer . Nesta Página Mostrarei Algumas Cantigas Que São Tocadas Neste Ritual Juntamente Com Suas Traduções.
Olubajé
(autor: Sérgio de Ajunsun (Sérgio Cigano)
Diz uma lenda que Xango, um Rei muito vaidoso, deu uma grande festa em seu palácio eocnvidou todos os orixás, menos Obaluae, pois suas caracteristicas de pobre e de doente assustavam o rei do trovão. No meio do grande cerimônial todos os outros orixás começaram a dar falta do Orixá Rei da Terra e começaram a indagar o por que de sua ausência, até que um deles descobriu de que ele não havia sido convidado, todos se revoltaram e abandoram a festa indo a casa de Obalaue pedir desculpas, Obalaue se recusava a perdoar àquela ofensa até que chegou a um acordo, daria uma vez por ano uma festa em todos os orixás seriam reverenciados e este ofereceria comida a todos com tanto que Xango comesse aos seus pés e ele nos pés de Xango, nascia assim a cerimônia do olubajé. Porém muitas outras vão em desencontro com essa lenda, pois narram outros motivos o porquê que Xango e Ogum não se manifestarim no Olubajé. Aqui vou narrar um poco o que acontece nessa cerimônia:
Nesse dia todo o barracão, casa de candomblé, se encontra ornamentada na cor desse orixá, Obaluaê, devo ressaltar que essa é a única cerimônia dentro do candomblé que dispensa o Ipade, chega a hora e o Babalorixá ou a Yalorixá faz soar o adjá, a fila indiana se forma todos descalços, panelas de barro ornamentadas com faixas todas contendo comidas de todos os orixás com exceção do orixá Xango, a frente estará a Yalorixá ou o Babalorixá seguida por uma filha de Oyá carregando uma esteira, uma outra com um pote na cabeça contendo a bebida sagrada das cerimônia chamada de Aluá, mais 1 com um vasilhame de barro cheia de Ewe Lara (folha de mamona) a qual servirá de prato para as comidas, logo em seguida mais 21 pessoas ou 7, esses são os números das comidas oferecidas, estarão com vasilhames de barro na cabeça.É importante ressalatar que todos, como numa cerimônia de um bori, inclusive os assistentes deverão estar descalços. Nesse momento o Zelador(a) do culto entoa para os atabaques a seguinte cantiga:
Vamos ver o Olubajé em uma parte do livro O Banquete do ReiOLUBAJE... o banquete do Rei <<< 1a. Parte
Fragmentos extraído do livro de José Flávio P.de Barros. Festa de Olubajé no terreiro de Yaloshundê no Rio de Janeiro
Após executada a 1ª parte do cerimonial de abertura segue a continuação... o banquete do rei.
O ritmo da Avamunha reúne a todos, ê na mesma ordem da seqüências anterior que os dançarinos, em número de vinte e um, dirigem-se a esse novo lugar, no exterior.Sobre as cabeças, os alguidares, cheio de iguarias , visto que o Olubajé é uma grande produção, distribuição e consumo do que se alimentam os orixás.
Diante do cortejo, Yaloshundê. Atrás dela, uma filha de Oyá carrega algumas esteiras. Logo a seguir, outra traz, na louça de barro as folhas de “ewe-lará”.Uma terceira filha sustenta em sua cabeça um pote de argila contendo o “ aluá “ a bebida sagrada. Vinte e um tipos de comida geralmente são oferecidos, sete no mínimo.
Um novo cântico de ritmo lento começa a ser ouvido.Ele marca o início do grande banquete do rei e vai se prolongar por muito tempo até o seu final.
Aráayé a je nbo_Olúbàje a je nbo
Aráayé a je nbo_Olúbàje a je nbo_Aráayé
Povo da terra, vamos comer e adorá-lo,o senhor aceitou comer.Povo da terra, vamos comer e adorá-lo o senhor aceitou comer.
As esteiras são desenroladas e sobre elas é colocado um tecido branco e imaculado.
Um após outro, os alguidares e potes são colocados sobre a toalha e formam sobre o chão a grande mesa.
Yaloshundê incumbe a três dos mais velhos iniciados a servir,
sobre as folhas de mamona, utilizados como pratos,
um pouco de cada alimento contido nos recipientes.
Ela mesma se encarrega de oferecer os primeiros aos convidados mais importantes, aconselhando a todos a não ficarem imóveis, mas a dançar ou se mover sem parar e comer com as maõs.
A música continua. Ao lado e a um canto da “mesa” uma grande bacia esta preparada para receber os restos que devem ali ser depositados. As folhas que servem de prato devem ser fechadas, juntamente com os restos de comida não consumidos, e passadas ao longo do corpo, as mãos não devem ser lavadas...elas serão limpas ao serem esfregadas nos braços, pernas ou cabeça para que o Axé se impregne na pele.
Yaloshundê, assegurando-se de que cada um foi servido, dirige-se até um convidado de grande importância de outra comunidade, exortando-o a cantar as preces de Obaluaiê.
È é é ajeniníiyá, ajeniníiyá__Àgò
Ajeniníiyá__Máà kà lo, ajeniníiyá,
Ajínsùn aráaye, ó ló ìjeniníiyá
E wa ká ló__Sápada aráaye, ló
Ìjeniníiyá_E wa ká ló_Ìjeniníiyá aráaye
A vós punidor, te pedimos licença, não nos leve embora.Ele pode castigar e levar-nos embora, mandar-nos embora de volta para o outro mundo(odos mortos).Pode castigar e levar-nos embora.
Todos se ajoelham e um cântico em solo éouvido de forma melodiosa e respondido pela audiência três vezes. Fora a voz humana,somente o Agogô,marca os intervalos entre cada estrofe. A prece continua....
Opeèré má dó péré__Ó bèré ké se __Má dó há, má dó pèré_Ó bèré ké se__Opeèré má dó péré__Má dó há, má dó pèré
Operé(Pássaro)não ficará só.Ele começará a gritar.Partilhara sua comida,não ficará só. Somente Operé não ficara só. Ele proclamará a todos.Ele ficará e gritará, e não ficará só.
Don hòn há__Don hòn há é à , Empé
Don hòn há__Don hòn há é à , Empé
Os de Empé usarão barreiras contra feitiços,
se tornarão visíveis e dividirão a sua comida.
Opèré má dó péré__Dó sú, màá dó é
Dó sú, màá dó , Dó sú, màá dó__Dó sú, màá má n'gbé_Ayò kégbe hún hún __Ayò kégbe hún hún
Operé não ficará só, ficará cansado, ficará bem
ficará cansado e será ajudado contende gritara, sim , sim
Todos batem palmas pausadamente – paó – saudando Obaluaiê.Com voz forte e cheia de entusiasmo, esta frase melodiosa ecoa.Os participantes se levantam e cantam:
Omolú Kíí bèrú já__Kòlòbó se a je nbo
Kòlòbó se a je nbo__Kòlòbó se a je nbo__Aráayé.
Omolu não teme a briga.
Em sua pequena cabaça traz axé e feitiço.
Axé
Nenhum comentário:
Postar um comentário